quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Explicação Simplificada Sobre Variação do Preço do Dólar

 

CAMBIO

 

Explicação Simplificada Sobre o Preço do Dólar

 

Para entender o porquê as moedas ou o dinheiro dos países tem valores diferentes é preciso primeiro entender a questão da produtividade, da produção industrial de cada país. Quando identificamos que existe um grupo de pessoas diferente do qual vivemos estamos identificando um grupo de pessoas que fazem coisas diferentes e vivem de forma diferente e quando até a língua dos caboclos é diferente do nosso grupo nós falamos que se trata de uma outra nação. É claro que existem nações que falam a mesma língua, mas estamos focando na realidade de que as diferenças fazem surgir nações.

Quando possuímos demasiadas diferenças entre as nações é natural que surjam técnicas ou tecnologias diferentes entre o jeito de viver de cada nação. E quando uma nação é isolada tudo o que surge dentro da nação é tudo o que existe para viver. Sendo assim, não poderia existir dólares, Samsung, Apple, Honda, Spacex ou qualquer outra tecnologia ou jeito de organizar e construir tecnologias, pois numa nação isolada você está vivendo de tudo o que você produz. Tudo é precificado com sua própria moeda. Mas a realidade nossa enquanto civilização não é a realidade de isolamento, nós constituímos nações com tecnologias diferentes tentando viver diplomaticamente uma saudável relação econômica de dependência tecnológica entre si.

Para viver essa relação diplomática foi preciso criar uma solução para comparar valores e precificar produtos. E a saída que o mundo encontrou foi a indexação de moedas com o Dólar, que neste caso vem sendo usado como régua para medir o valor das outras moedas (o mecanismo que mede estes valores é chamado de DOLLAR INDEX, DXY OU USDX). Então, no mundo de hoje não tem como viver sozinho independente de outros países, porque a forma como nós estamos vivendo foi decidida há muitos anos e todo mundo está vivendo encostado um no outro num formato de “rede de efeitos dominós entrelaçados”. Não dá para fugir desta realidade. Isto significa que em todos os lugares alguém está vivendo com alguma coisa que um outro país em algum lugar do mundo produziu e continua produzindo. Tudo é e está entrelaçado.

Diante desta realidade de indexação ao dólar como régua entre as moedas, ele também automaticamente vira a moeda que mede o preço das coisas, o preço das COMMODITIES. E isto ocorre para todo mundo falar a mesma língua com relação aos números ou aos preços. Quer dizer que não é cada um para si no mercado. Quando uma coisa vai ser precificada, ela precisa ser precificada na moeda nacional levando em consideração o preço do dólar ou os custos de produção utilizando tecnologias vindas de outros países que te venderam precificadas em dólares. Você deve precificar em reais, mas tudo o que for precificado precisa ser feito de forma que você possa adquirir coisas do exterior a partir das coisas que você precifica no seu país.

Como todos estamos uns encostados nos outros economicamente, o preço da moeda nacional não pode ser desvalorizado demais e nem os preços dos produtos entre países podem ser diferentes demais. As diferenças precisam ser mínimas apenas por questões de concorrência.

Caso um país resolva manter sua moeda desvalorizada ou precificar seus produtos com valores em moeda nacional sem indexar ao dólar ou sem fazer a política de equiparação ao DXY a economia nacional vai começar a apresentar desajustes em função da cadeia de custo. Produtos 100% nacionais se privilegiam, mas qualquer produto que dependa de custo de aquisição externa ou como qualquer produto que possua marca valorizada pelo dólar vai sofrer forte aumento de preço, o que significa inviabilização da compra ou do giro de certos produtos. Exemplo: Combustível, Automóveis, Computadores, Robôs e máquinas de produção industrial ficam extremamente mais caras e inviabilizam duas coisas a aquisição e a renovação do parque tecnológico.

O problema deste mecanismo é que algumas pessoas por se julgarem espertas tentam usar o mecanismo de indexação para produzir vantagens e ganhar dinheiro com o desajuste nos preços e no câmbio. Estas pessoas agem para desvalorizar o câmbio de forma que seus produtos fiquem mais baratos e suas fortunas sejam aumentadas ou por terem sido formadas em dólares ou por transacionarem altos valores com o mercado internacional. É quase o mesmo fenômeno de roubar usando o lapso de memória das pessoas. O DXY é feito para equiparar e não para ser usado como mecanismo de produção de vantagens.

Comparando o mercado interno e externo do Brasil é possível notar produtos de mesma qualidade sendo produzidos e vendidos por preços que são muitas vezes mais caros do que os mesmos produtos sendo produzidos e vendidos no Brasil. Na atual situação tudo o que é industrializado tende a ficar cinco vezes mais caros ou no mínimo tende a ter um número superior proporcional ao preço do dólar. E isto ocorre porque o preço da matéria-prima está em dólares e mesmo que o preço de um produto não chegue a ser o equivalente ao preço do dólar, este produto vai acompanhar a subida do dólar.

A solução de moeda única global para substituir o DXY é uma proposta legal e ela elimina um dos nichos de corrupção sistêmicas no mundo inibindo que pessoas mal-intencionadas usem o DXY para aumentar suas riquezas.

Não fugindo deste sistema o correto seria que cada país elaborasse uma lei que criasse uma trava automática para o câmbio flutuar numa margem legal não corrupta, mas apenas de diferenciação. A margem de diferenciação inibiria a corrupção pelas vias da exploração do DXY. Ninguém pode aumentar fortunas ocupando posição privilegiada e jogando pessoas na pobreza. Esta situação é um crime que não está descrito na lei, mas que pode ser delineado, detalhado para ação da justiça federal de cada país se o Ministério de Justiça de cada país encontrar em seus habitantes pessoas que se privilegiam da desvalorização cambial.

Esta é uma explicação simples e que possui os principais pontos da política cambial. Eu não sou economista, sou apenas contador, mas tive aulas de economia e gosto de estudar sobre o assunto. E este tema entrou no meu repertório de leitura em 2017, quando estava fazendo análise vertical e horizontal de uma empresa de usinagem em Curitiba-PR. Na ocasião eu fiquei curioso para tentar entender o porquê esta empresa começou tão bem suas atividades encontrou uma situação de diminuição de receitas sendo ela ligada ao mercado de produção industrial, que é o motor da economia de um país. Foi quando percebi o efeito dominó do mercado.

 

Coxim - MS, 28 de outubro de 2021.

 

Luciano Leite Galvão

CPF 893.932.011-53

Tel.: (67) 99958-8207

 

LUCIANO LEITE GALVÃO

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão analisados, antes de serem exibidos.